Com dezesseis anos
comecei a faculdade, lembro-me como se fosse hoje quando entrei naquele mundo
completamente diferente de tudo que tinha vivido. Fiquei vislumbrado com tudo,
até o cheirinho de café da fábrica ao lado. Era um dia chuvoso e estava tão
orgulhoso, que naquele dia decidi tentar corrigir minha postura curvada, sem
muito sucesso até hoje. Só que naquele dia minha maior preocupação não foi
minha postura e sim tentar não ser visto entrando no carro do meu pai que era
muito velho e feio, coisas da idade.
Em meu primeiro dia
de aula, deparei com algumas figuras interessantes. Mas o que mais me chamou a
atenção foi o estilo de se vestir e de falar de dois colegas, Renan e Rafael.
Eu queria ter a coragem de usar uma calça jeans com chinelos havaianas brancos
e falar igual a eles. Tentei me enturmar e comecei a jogar sueca, futebol,
beber e frequentar micaretas, tudo isso para ficar com o grupo dos descolados.
Consegui me dar bem com eles, mas tanto eu quanto eles sabíamos que não
pertencia àquele grupo.
Alguns dias depois entrou
um aluno novo, Flaviano, eu acabei apresentando-o as aulas e as pessoas, com
isso acabamos ficando amigos, tão amigos que as pessoas achavam que nós éramos
irmãos.
Meu primeiro período
foi de muita farra e pouco estudo, então eu reprovei em duas matérias. Isso me
deixou chateado demais e minha mãe, em mais uma tentativa de me criar
responsabilidade, disse que teria que ajudar mais na estamparia ou arrumar um
emprego. Foi então que começou meu período de aluno-ambulante. Depois da
reprovação comecei a vender perfumes e mais adiante alguns apartamentos. Mas o
que realmente poderia ter me dado dinheiro durante toda faculdade foram as
camisas que comecei a vender no primeiro período.
Todos os alunos da
minha sala queriam camisas do curso, então conversei com meu pai e ele topou
fazê-las. Com um investimento inicial pequeno, para comprar as amostras e pagar
a arte, comecei a fazer encomendas. As camisas tinham quatro cores diferentes,
as pessoas escolhiam me davam um sinal e eu as fazia. Após a produção eu
entregava e recebia a segunda parte. Com isso fiquei amigo dos professores e
eles começaram a me indicar para outras turmas. Tive durante seis meses uma boa
fonte de renda que me ajudou a pagar cópias, farras, passagens, lanches e
sobrar alguma reserva para as matérias que fiquei reprovado. Tive também as primeiras
noções de controle de recursos, como cobrar, pagar fornecedores em dia e
controlar o dinheiro que é recebido.
Ali eu já estava
confiante e com algum dinheiro. Cada vez mais conhecia novas turmas e fazia as
camisas deles. Só que não fui único por muito tempo e então começaram a
aparecer, o que nas leis de Porter chamamos de Novos Entrantes. Neste caso
empresas já consolidadas que descobriram o mercado universitário. Então essas
empresas foram fatiando o mercado, mas eu, ao invés de renovar não tive força
para continuar, não tinha experiência para concorrer com empresas já
consolidadas.
1. Fique atento ao
mercado, preste atenção em todas as suas chances de insucesso.
2. Analise o seu
cliente, fornecedor, concorrentes, novos entrantes e empresas ou produtos que
podem substituir seu produto ou serviço. (As 5 forças de Porter).
3. Analise suas forças e
fraquezas, ameaças e oportunidades (Análise SWOT).
4. Inovação nos negócios
para se manter no topo.
5. Tenha um bom controle
de recursos, aprenda a administrar seu dinheiro.
6. Esteja
preparado para o sucesso!
Quanto melhor forem
suas análises estratégicas do negócio, mais você irá reduzir os erros.
Passei muitas histórias com várias pessoas, tive tantos amigos que se eu disser tudo o que passei com eles, teria que criar um blog só para as histórias da faculdade. Então agradeço a todos que passaram esses momentos comigo.
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