Havíamos preparado uma coleção
completa só para o desfile acreditando que iríamos vender no mínimo 50% da produção no evento e o restante de acordo com o ano, mas
como disse no texto anterior, isso não aconteceu. Então meu pai conseguiu um
espaço que estava em obra em um clube de nossa região para que colocássemos nosso
stand e tentar vender as peças até o natal.
Não pagamos nada pelo espaço, mas
demos início a mais uma aventura. Éramos empreendedores ao estilo Indiana Jones,
estávamos sempre metidos em situações que não imaginávamos.
Vocês se lembram de uma cantiga
que dizia: “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”... O
espaço era esse. Improvisamos um teto com Lona que não ficou bom, toda vez que
caía a chuva molhava todo stand. Na porta improvisamos duas madeiras e pintamos
com o símbolo da grife para ficar um pouco melhor. O local era horrível, mas o
stand ainda era muito bonito, então tínhamos uma decoração rústica que
combinava com a marca.
Tivemos uma boa venda
considerando o local e a frequência com que ficávamos abertos. Como Rafael e eu
já trabalhávamos e meu pai estava focado na fabricação, nem sempre ficávamos no
stand, minha irmã e a namorada do Rafael quebravam um galho quando podiam e
minha mãe também nos ajudava muito, mas tinha dias que ficávamos fechados.
Aprendemos que o comércio tem que estar sempre aberto no horário
pré-estabelecido para não causar transtornos nos clientes.
Era uma época boa para as vendas.
Ficamos de novembro a Janeiro e nesses três meses vendemos um pouco mais de R$ 2.500,00
superando nossas expectativas. Essa experiência foi um bom termômetro para
sentir a força da marca. Tínhamos um bom retorno nas vendas e nos comentários.
Essa época me lembra dos momentos
mais difíceis que tivemos em relação à quantidade de trabalho. Além dos nossos
cargos em outras empresas, quando chegávamos em nossas casas tínhamos que fazer
reunião, trabalho administrativo, produção das peças e toda rotina de uma
empresa em pleno funcionamento. Nos finais de semana ficávamos no stand e todos
os dias tínhamos que levar e retirar as roupas da loja para evitar furto. Era
muito cansativo, mas sempre fazíamos com muita gargalhada, riamos de tudo e sonhávamos
com um futuro que pudéssemos realizar nossos sonhos.
Eu aprendi muito com tudo isso,
antes da GriffdeRua eu ainda me importava com o que as pessoas iriam
pensar de mim. Aprendi com muita ralação que, o que fazemos não tem nenhum
demérito se é feito com amor respeito e verdade. Depois de um tempo percebi que
carregar roupas e madeiras enormes em uma bicicleta era muito divertido.
Nesse período o conhecimento que
tive na faculdade já era pouco, então fiz dois cursos que me ajudaram a lidar
com os problemas que apareciam.
Aprender a empreender e Controle
Financeiro no SEBRAE.
Também participei de muitas palestras,
fomentas e workshops.
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