domingo, 12 de maio de 2013

E agora José? Como vender as peças encalhadas?


Havíamos preparado uma coleção completa só para o desfile acreditando que iríamos vender no mínimo 50%  da produção no evento e o restante de acordo com o ano, mas como disse no texto anterior, isso não aconteceu. Então meu pai conseguiu um espaço que estava em obra em um clube de nossa região para que colocássemos nosso stand e tentar vender as peças até o natal.

Não pagamos nada pelo espaço, mas demos início a mais uma aventura. Éramos empreendedores ao estilo Indiana Jones, estávamos sempre metidos em situações que não imaginávamos.

Vocês se lembram de uma cantiga que dizia: “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”... O espaço era esse. Improvisamos um teto com Lona que não ficou bom, toda vez que caía a chuva molhava todo stand. Na porta improvisamos duas madeiras e pintamos com o símbolo da grife para ficar um pouco melhor. O local era horrível, mas o stand ainda era muito bonito, então tínhamos uma decoração rústica que combinava com a marca.

Tivemos uma boa venda considerando o local e a frequência com que ficávamos abertos. Como Rafael e eu já trabalhávamos e meu pai estava focado na fabricação, nem sempre ficávamos no stand, minha irmã e a namorada do Rafael quebravam um galho quando podiam e minha mãe também nos ajudava muito, mas tinha dias que ficávamos fechados. Aprendemos que o comércio tem que estar sempre aberto no horário pré-estabelecido para não causar transtornos nos clientes.

Era uma época boa para as vendas. Ficamos de novembro a Janeiro e nesses três meses vendemos um pouco mais de R$ 2.500,00 superando nossas expectativas. Essa experiência foi um bom termômetro para sentir a força da marca. Tínhamos um bom retorno nas vendas e nos comentários.

Essa época me lembra dos momentos mais difíceis que tivemos em relação à quantidade de trabalho. Além dos nossos cargos em outras empresas, quando chegávamos em nossas casas tínhamos que fazer reunião, trabalho administrativo, produção das peças e toda rotina de uma empresa em pleno funcionamento. Nos finais de semana ficávamos no stand e todos os dias tínhamos que levar e retirar as roupas da loja para evitar furto. Era muito cansativo, mas sempre fazíamos com muita gargalhada, riamos de tudo e sonhávamos com um futuro que pudéssemos realizar nossos sonhos.

Eu aprendi muito com tudo isso, antes da GriffdeRua eu ainda me importava com o que as pessoas iriam pensar de mim. Aprendi com muita ralação que, o que fazemos não tem nenhum demérito se é feito com amor respeito e verdade. Depois de um tempo percebi que carregar roupas e madeiras enormes em uma bicicleta era muito divertido.

Nesse período o conhecimento que tive na faculdade já era pouco, então fiz dois cursos que me ajudaram a lidar com os problemas que apareciam.

Aprender a empreender e Controle Financeiro no SEBRAE.
Também participei de muitas palestras, fomentas e workshops.

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