Logo depois da saída do
sócio da rádio nós esfriamos, com muitas brigas, incompetência, falta de
planejamento, discussões e desconfianças nós fomos destruindo a SOUL.
Quando a poeira baixou descobri
que um dos sócios tinha mentido em vários momentos sobre várias coisas durante
o funcionamento da empresa.
Desde que eu estava na
GriffdeRua esse rapaz queria ser meu sócio, sempre tentava ficar próximo de
algum jeito. Então quando sai da AGETRANSP e quis montar a SOUL ele percebeu o
momento e se ofereceu novamente. Ele já tinha filho e eu não queria que ele
largasse o emprego, mas ao mesmo tempo precisava de uma pessoa fixa vendendo
comigo. Então ele quis encostar-se ao INSS para ficar na SOUL e largou o
trabalho, mas não conseguiu receber pelo INSS.
Ele era minha principal
preocupação e sabia disso, minhas tentativas loucas de ganhar dinheiro era
muito pensando no filho que ele teria que sustentar, não poderia deixá-lo sem
dinheiro, eu me sentia responsável pelo filho e por ele estar trabalhando na
SOUL. Sabendo disso sempre que podia usava para cobrar resultados.
Como conseguir resultados se
não trabalhávamos pensando em longo prazo? Tínhamos que resolver e pegar
qualquer serviço que desse dinheiro, mesmo sem planejar e sem saber fazer. A
maioria das vezes esses serviços se tornavam prejuízos e os resultados não
vinham. A pressão de não ter dinheiro para pagar as contas só aumentava e qualquer
coisa que ele falava em relação a dinheiro, por menor que fosse, me pilhava
muito.
Meu vizinho em muitos
momentos falava que veio para a SOUL pensando que teria resultados rápidos. Tentava
fazer eu me sentir como se tivesse o obrigado a trabalhar comigo, e eu me
sentia assim.
Então quando a parceria da
SOUL e da rádio acabou, eu descobri que ele não tinha perdido o emprego como
havia dito. Liguei para empresa e ele ainda estava no quadro de funcionários só
que afastado pelo INSS.
Sabendo disso, e que a SOUL
iria acabar, quis também terminar nossa parceria, que foi muito difícil, pois
ele tentou de todas as maneiras continuar na SOUL e negava tudo que eu havia
descoberto.
Por fim meu vizinho saiu,
mas essa história pode nos trazer algumas lições para tomarmos cuidado no
momento de escolher sócios ou funcionários:
- Quando você têm
funcionários, a vida deles também é responsabilidade sua, os filhos e esposas
deles contam indiretamente com você. Então planeje muito bem suas finanças
antes de contratar um funcionário.
- A burocracia e a falta de
avanço do Brasil em relação ao empreendedorismo dificultam a contratação de mão
de obra, principalmente pelos altos custos de se ter um funcionário no país.
- Antes de escolher seu sócio
pense como ele pode agregar para seu negócio, o que ele irá conseguir fazer que
você não saiba.
- A procura de um sócio tem
que ser com calma, seu negócio deve estar totalmente fundamentado, pois se não,
você terá mais dificuldades que o normal para saber que características deve
ter o sócio ideal.
- Procure analisar a índole do
seu sócio.
Até o Próximo post, um
abraço!
